A nossa satélite em desenvolvimento

Ceilândia é umas das cidades que mais crescem no DF e mostra novas características e desenvolvimento. A população é grande, mas o progresso também. O administrador da cidade, Adauri Gomes, afirma que construtoras prevêem mais de 20 edifícios com mais de 10 andares para a cidade, que já conta com alguns prontos. “Houve uma hiper valorização na cidade”. Já são mais de três construtoras investindo nos arranha céus. Gomes afirma que o Governo Arruda aumentou o potencial da cidade.
A cidade é a única satélite a possuir obra de Oscar Niemeyer, a Casa do Cantador, e sobrevive sendo a capital do carnaval com a futura construção fixa de um Sambódromo. Neste ano foi inaugurado as estações do Metrô de Ceilândia. Há anos contavam com o Sesi Ceilândia e no ano passado foi inaugurado o Sesc, o maior de Brasília e um dos maiores do país.
Foi criada a ADE, área de desenvolvimento econômico, e cerca de R$ 10 milhões foram investidos em infra-estrutura. Marcos Antônio Leite, vice-presidente da associação das empresas de distribuição e indústria de Ceilândia – Assedic-, informou que existem 80 empresas na área, mas em breve serão mais de 200.
O IESB também enxergou esse crescimento, e neste semestre lançou o IESBTEC, um novo campus da faculdade naquela cidade satélite. Neste ano a UnB também inaugura um campus na Ceilândia, com um núcleo jurídico e mais seis cursos. Outras faculdades particulares chegaram na cidade, supermercados, shopping popular, e o número de comércios aumentou.
Ceilândia hoje tem cerca de 20% da população do Distrito Federal. E uma porcentagem ainda maior de eleitores. Trabalhadores que vieram para construir a capital foram morar nos assentamentos ou construíram suas casas nos arredores, nas invasões. Em 1979, a região já tinha cerca de 80 mil favelados. Foi aí que o então governador, Hélio Prates, criou a Campanha de Erradicação das favelas – CEI , que organizou todos esses moradores em uma área próxima a Taguatinga. A moradora da QNM 25, Dª Antônio Linhares, conta que morava na invasão IAPI, onde hoje é o Guará, e foi morar na nova satélite que se formava. Seu marido era funcionário da Novacap. “Era tudo só mato e barro, marcaram a terra com uns pedaços de madeira e nós fizemos o resto. Tinha uma avenida principal e mais três ruas.”
A cidade já começou com cerca de 100 mil habitantes na década de 70. E mais tarde era o maior colégio eleitoral do Distrito Federal e a maior densidade demográfica. Foi símbolo da violência e reflexo do descaso político. Não tinha a mínima infra-estrutura e a marginalidade crescia. Ao poucos as políticas públicas chegavam e as características de cidade apareciam. As diferenças foram desaparecendo é aos poucos a cidade com o maior número de nordestinos ganhava cor, vida e marca. A Ceilândia tem a cara do povo sofrido, mas trabalhador, que se apega a mínima chance para crescer. Mas o lazer e cultura nunca chegaram a fazer parte do cotidiano desses moradores. A cidade foi berço do funk e Hip hop e do tráfico no Distrito Federal.
O moderno se contrastava com a bagunça do centro da cidade, com as feiras e os ambulantes. A antiga Feira do Rolo foi extinta e os ambulantes foram retirados. O Governo Arruda deu uma revitalizada na praça central e conseguiu diminuir os índices de violência no antigo conglomerado urbano. No Governo Roriz foi inaugurada a Praça do Cidadão, ponto de referência para projetos sociais envolvendo o esporte e a música, como o “Esporte a Meia Noite” e “Picasso não pichava”. Com isso, a cidade veio a se tornar um grande potencial de desenvolvimento para o Distrito Federal, mesmo com a grande população, os índices são positivos e buscam ainda mais crescimento.

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