Presidentes rechaçam golpe

Desde 2002, estamos diante de um novo tipo de comportamento da comunidade de nações latino-americanas. Naquele ano, a pronta resposta dos seus representantes, reunidos em assembléia da Organização dos Estados Americanos (OEA), rechaçou o golpe midiático e militar que, com apoio de Washington, retirou Hugo Chávez do poder por 48 horas. Nesta segunda-feira [7], os presidentes das nações que constituem a União de Nações Sul-Americanas (Unasul), reunidos na capital chilena, deram uma forte e unânime declaração de apoio ao governo do presidente Evo Morales e rechaçaram qualquer tentativa de golpe da oposição na Bolívia. Na declaração, a Unasul "adverte que seus respectivos governos rechaçam energicamente e não reconhecerão qualquer situação que implique uma tentativa de golpe civil, de ruptura da ordem institucional ou que comprometa a integridade territorial da República da Bolívia". A Unasul também condenou os ataques a instalações do governo na Bolívia e um massacre no departamento de Pando, em que morreram partidários do governo. E criou uma comissão, aberta a todos os seus membros, para acompanhar as conversações a serem conduzidas pelo legítimo governo da Bolívia com seus opositores. A característica do novo perfil de comportamento dos países da Nossa América é sua autonomia em relação a Washington. A participação dos EUA traria um enorme contra-senso ao debate em face de sua mal disfarçada participação nos preparativos desses eventos não democráticos. O Império tenta recuperar, por vias oblíquas, a hegemonia que sucumbiu a um novo perfil de soberania.

Boletin HS Liberal

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