O Governo também é o Legislativo

Em mais de uma das minhas visitas obrigatórias à Câmara presenciei um ato importante: a votação em segundo turno da criação da Companhia Metropolitana de Trânsito, projeto do governo imposto aos parlamentares de maneira truculenta. Depois da greve dos servidores do Detran, que queriam a incorporação de gratificações ao salário, o GDF percebeu que não poderia ceder mais este benefício, mesmo que ele já tivesse prometido, ou, outros órgãos também viriam requerer o mesmo direito. Para mim é um direito, esse negócio de ficar criando gratificações que o governo pode cortar quando quiser, ou dar aumento em cima de um salário sem contar com as gratificações é no mínimo imoral. Em resposta a greve, o governo cortou benefícios já conquistados pela categoria e que não tinham saído no Diário Oficial e enviou o projeto da CMT para intimidar os grevistas. A greve continua e o projeto foi aprovado com todos os votos da Casa tirando os da oposição. Que seriam tradicionalmente Érika Kokay, Reguffe, Chico leite, cabo Patrício e Paulo Tadeu. Dezenas de servidores compareceram à Casa e fizeram barulho, mas de nada adiantou. Viraram as costas para o Plenário, xingaram a base governista de puxa-sacos, ladrões e, ainda, lembraram que a eleição de 2010 está chegando. A aprovação já era de se esperar, já que a base governista é maior, dificilmente projeto do governo é batido, não há corajosos o suficiente. Na verdade o governo tem duas casas, o Buritinga e a Câmara Legislativa. Nesta última, de representante do povo só a oposição! Deveriam criar uma lei que determinasse que a maioria dos parlamentares sempre fossem da oposição, ou então, para quê uma Câmara Distrital se o poder do governo prevalece e não há uma concorrência! Nesse governo quem tem voz mesmo é o secretário de Transportes, ele grita e o Arruda tapa os ouvidos e pelo visto, tapa os olhos também!

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