Descrença nos postos de saúde lota hospitais


Hierarquia estabelecida pelo SUS não é respeitada e atendimentos simples são feitos nos hospitais



Estudo divulgado pela UnB revela que 40% dos pacientes entrevistados não acreditam que os postos de saúde resolvam seus problemas, 30% acham que o atendimento nesses centros são muito lentos e 27% dizem que não são atendidos no mesmo dia. Dificuldades como essas nos atendimento básicos oferecidos pela Secretaria de Saúde resultam na descrença da população nestes centros próximos às suas casas, o que faz com que a procura pelos hospitais aumente.
As doutoras em enfermagem, Dirce Guilhem, Leila Göttems e Maria Raquel Gomes Maia realizaram estudo nas cidades do DF e Entorno para verificar a eficácia da rede pública de saúde. Elas explicam que há uma hierarquia a ser respeitada quanto a esses atendimentos, estabelecida pelo SUS. Os serviços básicos como prevenção, ambulatório em pediatria, clínica geral, obstetrícia, ginecologia, entre outros, são oferecidos em postos de saúde e outros de alta complexividade ou emergências são encaminhados para hospitais. Estudo explica que a metade dos serviços nos hospitais poderiam ser feitos nos postos.
Segundo a pesquisa, as pessoas estão pulando a etapa do posto e indo direto aos hospitais. Isso causa a superlotação e a demanda aumenta. Dos que vão direto aos hospitais, 77% consideram o problema muito grave para serem atendidos no posto, 19% eram encaminhados e apenas 16% acham que o centro de saúde pode resolver os problemas de saúde.
A dona de casa Nalva Dantas, diz que quando se consulta no posto próximo a sua casa, vai pela manhã para conseguir a senha e à tarde se consulta por ordem de chegada. Ela explica que, ainda assim, o atendimento não é completo ou é demorado. "Sou encaminhada ao hospital para fazer exames que os postos não fazem, e quando faz, o resultado não sai na hora". Estas constantes idas ao posto resultam na descrença no serviço prestado. "Insatisfeito com essa demora, ele vai direto para o hospital, onde consegue, em meio período, o que levaria até seis meses para conseguir num posto próximo a sua casa", afirma a professora Leila Göttems.
Os hospitais também não estão encaminhando pacientes para continuar o tratamento nos postos de saúde. O sistema de saúde poderia ser desafogado se houvesse prontuários integrados e informatizados, e as consultas seriam agendadas. Exames de sangue e outros diagnósticos simples não podem ser feitos nos postos, equipá-los seria uma boa saída para otimizar os atendimentos, defende o estudo.

Comentários

  1. Estou passando mal longe de vc... procuro um posto de saúde ou um hospital????? socorro!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!1

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