Dando adeus aos sonhos de menina e dando lugar a realidade de uma mulher!

Quando criança me divertia fazendo jornais discutindo a vida da vizinhança, era a tradicional fofoca, impressa em um papel, escrita por adolescentes. Fingia que apresentava um telejornal ou que tinha um programa de rádio em frente ao espelho. Sempre fui uma pessoa calma e muito compreensiva, alguns me confundiam falando que eu seria uma ótima psicóloga, pelo meu temperamento. Mas eu estava certa de que eu seria alguém que refletiria minhas fantasias de menina. E foi nisso que pensei quando tinha de colocar a opção no vestibular: nas brincadeiras de menina. Levando em conta que sempre fui melhor nas matérias de humanas e que meu desempenho nas redações era elogiável. Não pude fugir disso e lá estava eu prestando vestibular para jornalismo.



Também prestei para ciência política refletindo minhas militâncias em questões políticas e meu esforço para as lideranças como representante de classe e de comissões escolares. Desta mistura quase que homogênea eu saio com a certeza de que fiz a escolha certa, aquela que refletia meus sonhos, minhas angústias e as minhas expectativas. Confrontando isso a questões de mercado depois da minha formatura, vejo que seguir com meus sonhos, pelo menos agora, está mais difícil. Lidar com a iniciativa privada, com as poucas ofertas de trabalho e com o frisson das redações se torna um peso.

Na minha área não há profissional na mesma empresa há muito tempo, são raras as exceções, há uma renovação constante, como no mudar das linhas editoriais. Ficar desempregado é um fato quase que corriqueiro, depender de colegas e indicações, então, nem se fale. È disso que não quero viver, de grandes oscilações, tudo bem que elas nos fazem crescer, mas o preço é muito alto. Por isso, procuro novos horizontes, cheguei a comentar para alguns amigos que só seria feliz, caso não seguisse minha profissão, se fosse policial ou política. Pois bem, ainda há tempo, e agora me dedico aos estudos para concurso, vou começar sendo quem sabe uma policial, depois traço os novos planos, mas meu dom me seguirá e meu juramento também. São mudanças de rumo, mas não de postura, de esperança e de perseverança. Espero nisso que a minha vontade, que sempre foi ajudar, exale.