É preciso saber votar

Ando fugindo das discussões sobre a atual situação política brasiliense, até porque o assunto tem fortes marcas em minha vida profissional. Filha de militantes esquerdistas, cresci acreditando que só havia um caminho. Depois de conseguir meu primeiro emprego na área de atuação em uma empresa de assessoria de imprensa, pude analisar friamente o mundo da política e suas instalações com um viés de direita.

Esta empresa na qual trabalhei por quase quatro anos tinha como seu cliente principal o Governo do Distrito Federal. Nunca fui uma estagiária inocente, sabia muito da arquitetura da politicagem, mas mesmo assim foram muitos os momentos que me causaram espanto, e em alguns casos, indignação. Muitos podem dizer que me simpatizei com a coisa, mas não é bem assim. Saí de lá uma profissional com uma experiência ampla sobre o cenário político da Capital. É frustrante ver a que ponto a política chegou neste País, mas não posso ser hiprócrita para apontar as falhas sem antes não ter lutado para corrigir os erros. O vírus surgiu há anos e vem se espalhando como algo fatal, mas mata lentamente.

A cura está em uma regulamentação da Reforma Política, principalmente na parte que rege sobre ao financiamento de campanha. Para se plantar uma nova geração de políticos o “Povo” precisa aprender a votar, e quando digo “Povo” englobo todas as classes sociais, credos e raças, sem distinção. Me atrevo a dar algumas dicas fundamentais:

-Nunca vote por interesse individual;
-Evite votar em empresários;
-Priorize a renovação, político velho de casa é um perigo.

Há muitas delas, mas essas são as menos respeitadas e as que trazem a maioria dos problemas que envolvem corrupção. Quando você vota com interesse individual é como usar vendas para todos os outros que não serão beneficiados e fará com que políticos com pretensões não muito democráticas cheguem ao poder. Empresários quase sempre entram na política atrás de interesses exclusos e pontuais e se juntam com uma corja dominante que infecta todo o resto com as falcatruas, como exemplo disso a licitação com carta marcada. Políticos velhos de casa são sem dúvida a raiz do problema. Eles contagiam os novatos, criam um mundo próprio, como uma grande peça teatral, o povo como mero expectador. O lucro é alto, não há um deste tipo que não tenha ficado rico.

E tenho como dever informar aos caros senhores que não se governa no mundo de hoje sem um grande caixa dois. Há que se manter os deputados na base, a de se acalmar jornalistas e críticos, a de ser um bom estrategista e, mexer com essas pedras meus caros, só com muito dinheiro ou você não sai do lugar, podem acreditar. O cargo corrompe, com prerrogativas que a maioria desconhece. Há de se fazer o voto valer bem mais do que vale, para mudar as três esferas de poder só com o sufrágio universal, ou seja, boas escolhas são fundamentais.

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