Capítulo Introdutório (Parte 3)

1.3 Unificação

Recentemente, os programas o Auxílio-Gás, o Cartão Alimentação, o Bolsa-Família, o Bolsa-Escola e o Bolsa-Alimentação foram unificados; são recebidos em um único cartão. E ainda há possibilidade de os governos estaduais e do Distrito Federal agregaram a estes outros benefícios. No caso do Distrito Federal, a união dos programas sociais se chama Cartão Vida Melhor, a este pode ser acrescido alguns do governo local, como o Pão e Leite e o Cesta Verde, que distribui gratuitamente frutas e verduras.
A unificação dos programas sociais contribuiu para que chegassem a um diagnóstico mais preciso sobre a situação de pobreza em que vivem as famílias beneficiadas e, portanto, ajudaria também o governo a direcionar seus esforços para aquelas pessoas que de fato precisem de auxílio, segundo dados fornecidos pelo sítio do MDS.
De acordo com a assessoria de imprensa da Secretaria de Ação social e Transferência de Renda (Sedest), houve um aumento no valor máximo da renda para inclusão nos programas de transferência de renda. Agora, a renda por pessoa na família passa de R$ 120 para R$ 232,50. Os beneficiários da Cesta Verde passaram a receber o benefício em dinheiro e em domicílio. O programa Bolsa Escola teve o benefício aumentado de R$ 100,00 para R$130,00 reais para famílias com 1 filho e de R$ 120,00 para R$ 150,00 reais para famílias com 2 filhos, as famílias com 3 filhos ou mais recebem o valor de R$ 180,00.
A Sedest explica ainda que, depois da implantação do Vida Melhor, a adesão por parte dos beneficiários dos programas de pré-natal, aleitamento materno e alfabetização de adultos aumentou consideravelmente.
A unificação simplificou a distribuição dos benefícios e permite uma atuação mais incisiva de mais fácil avaliação, entretanto, os programas sociais, unificados ou não, aliviam as desigualdades momentaneamente, é preciso atuar nas causas, nas estruturas subjacentes à pobreza e à desigualdade social em que vivem os beneficiários.


1.4 - Programas Sociais x Medidas Populistas

O voto no Brasil é obrigatório. Logo, é necessário transparecer proximidade com a população, ou então há poucas chances de se ganhar qualquer eleição. Alguns discursos de campanha e propagandas políticas vinculam, mesmo que de forma sutil, a imagem positiva dos programas sociais, que é um dever do Estado e um direito do cidadão, a um determinado político ou partido político específico, tornando-se uma medida populista.
E o pior, os programas sociais são vistos, em certa medida, como um favor feito a população mais carente, e não como políticas públicas subsidiadas com os impostos pagos pela própria população. Indiretamente, pode haver uma tentativa de manipulação das camadas mais pobres, utilizando essa sensação de amparo que é, de alguma forma, refletida pelos projetos sociais.
O uso de aparatos estatais para fins eleitorais é uma prática abusiva ainda corriqueira no Brasil, intensificada no período eleitoral, que tem efeito em um país com milhões de analfabetos funcionais e desempregados. É a tão velha política do Pão e Circo, usada há séculos da Roma Antiga, reformulada ao século XXI. É preciso desviar a atenção da população dando-lhes comida e diversão para que os governantes ajam sem respeito à população e às leis.
As medidas populistas não tem fatores estruturantes com um objetivo final claro. Os programas, por mais que aparentem ser uma medida populista, e pode ser realmente, deve ser eficazes.


Finalizado o capítulo 1!

Comentários

  1. A velha política do pão e circo(em latim: panem et circenses), distraindo a população com medidas populistas, há séculos usado no mundo todo, especialmente em um país pobre como o Brasil. Realmente é inadimissível que, em pleno séc. XXI, isso ainda persista. Até quando, José?! Só uma coisa, a política do Pão e circo foi iniciado em Roma, e não na Grécia antiga. Todos os dias havia lutas de gladiadores nos estádios (o mais famoso foi o Coliseu) e durante os eventos eram distribuídos alimentos (trigo, pão). O objetivo era alcançado, já que ao mesmo tempo em que a população se distraia e se alimentava também esquecia os problemas e não pensava em rebelar-se. Foram feitas tantas festas para manter a população sob controle, que o calendário romano chegou a ter 175 feriados por ano.

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Coloquei Grécia antiga por pura falta de atenção, problema intenso em minha vida juntado a leve, hoje, dislexia, e ninguém percebeu. Até que na banca a minha examinadora, a jornalista Lígia Girão, me apontou o erro. E até onde vai minha lerdeza? Pois é, ainda não tinha corrigido, agora com o comentário me atentei!
    Obrigada Rander!

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