A minha revolução não será televisionada


Já vi muito jornalista bom fazer crítica pesada na TV contra o sistema que ele alimenta. Sabe como isso funciona? A maioria não sabe, pois é. È assim: o jornalista liga pro governador ou político safado antes e avisa que hoje vai ter chumbo grosso e ele já articula a defesa e diz até que palavras podem usar. Isso acontece no impresso, na TV, no rádio. Toda a mídia depende de anúncios, de concessões, de publicidade, e quem dá isso a eles? A política. Ah, sabe quem elege os políticos, nós mesmos. Mas o povo tem memória curta e perdoa fácil, fácil. O sistema se articula várias vezes, mas não acaba. Perde um mandante aqui, põe outro dalí. O importante é que não fica sem dono. Tem jornalista batendo demais, pesando na mão? Troca ele de lugar ou dá um café, ou quem sabe um veneninho, deixa ele ficar esperto de quem manda no pedaço. O sistema não perde tempo, nem parceiro, vai estabelecendo novos laços. O jornal que tem publicidade do Governo nunca pesa na mão, a não ser quando a merda tá feita e eles precisam sair limpos da estória. Aí eles sentam a lenha e o povo aplaude e grita com a bandidagem.

È claro que tem gente boa, até digo a maioria, mas são os da banda podre que tomam conta de tudo. Porque eu quis ser jornalista? Porque eu queria falar pro povo o que ele não consegue enxergar sozinho. Percebi cedo que trabalhando em qualquer veículo eu só iria falar o que eles quisessem, foi fácil perder a ambição na área. Mas eu não perdi a esperança, só mudei a estratégia. Não dá pra brigar com a fala, é a minha contra a deles irmão. Jornalista bom é jornalista curioso e que não se contenta com mediocridade e fala porca (hipocrisia). É, mas minha fala pode mudar algumas mentes e algumas mentes mudam muitas outras falas. Mas eu que não quero ficar aqui pra levar tapinhas nas costas e engolir seco o sanduíche de peito de perú defumado com ricota. Quero é beber minha coca-cola em paz com meu pão com mortadela.

Com o tempo a gente aprende que com os flashes fica tudo mais perigoso. E que você não é ninguém, é só o seu veículo, e ele nunca vai ser você. Aprende também que a banda pobre tá no jornalismo, na polícia, no Congresso, no STF, no Detran, na escola, no hospital, tá até naquela festinha badalada, naquele show. Tá em tudo meu amigo, principalmente na sua casa, na sua cabeça, na sua visão. Por isso, agora, não quero só papel e caneta, câmera e gravador, preciso é de uma mídia nova, de um novo sistema, e isso só a guerra pode me dar. Sabe porque guerra: porque são poucos contra milhões e as armas são duras, pesadas, não é qualquer um que aguenta em pé. “Pra ter paz é preciso saber lutar”.

Comentários

  1. Oi linda!

    Uau! Que desabafo!
    É uma sapatada na cara do sistema.

    Mulher, se toda vez que você ficar brava surgir um texto desses vale a pena te provocar.

    Que orgulho eu tenho de você amiga!
    Beijão!

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  2. Meu Deus, quanta raiva!!! Você está muito revoltada com o sistema, Capitã Alane!!! huahauhau super beijo pra você!!!!

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  3. Novinhaaaa,

    Fui inspirada pelo filme...heheh
    Impolgante!
    Só resolvir falar pq encontrei alguém que me entende....o Padilha...rs

    Orgulho? idem!
    Bjo bjo

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  4. Para Mike, queridooo!
    Resolveu atender ao meu pedido...
    Que que é, agora vai esquecer os aspiras é????

    To morrendo de inveja do seu curso de formação e vc nem pra me contar os babados...heheh

    Beijoooo

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  5. hauahuah muitas novidades...mas pouco tempo...depois te mando noticias. Super beijo!

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  6. Acredito que a profissão de jornalista é um tanto quanto idealista.
    Idealismo é bonito, quase poético, mas realismo é vida! É fato.

    A gente ja sabe que tudo eh o sistema, que nao adianta gritar pra mudar.

    O jeito eh dançar conforme a música ou sair do salão se não gostar do som!

    Bjão! =]

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  7. Jordacheee...num é que vc veio!
    Eu acgo que enquanto na faculdade é idealismo mesmo, mas a prática é muito mais realista do que se pensa...Eu que fiquei na ideoligia aí, no texto...rs

    Agora, não concordo com vc com o fato de n gostar e sair correndo, Não!
    O negócio é infrentar o problema, gritar ajuda sim!

    Adorei :)

    Beijooo

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  8. o maior problema do Brasil eh o proprio brasileiro...

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