Descompensada

Ela foi dormir, não, dormiram por ela
Um sono que fazia tempo que não ocorria
Mas era a mesma cena se repetindo, o mesmo enredo, talvez um outro final
Um sono artificial
Ou ela não dormiria
Passaria mais uma noite vagando no desespero de seus pensamentos
Procurando respostas já encontradas envoltas no medo
Ela caiu da torre de cristal
E se machucou, ainda dói muito
Lá de cima tudo era tão mais puro, mais bonito e mais sincero
Lá de cima tudo fazia cena, fazia graça, fazia lógica
Daqui de baixo mal consigo pensar sem dor
Mas vejo belas estrelas, pessoas dormindo e, quem sabe, elas não acordem...
Daqui eu vejo como a torre era delicada e frágil
Daqui eu vejo os riscos que corremos
Não quero mais subir e nem sonhar sair de lá
Descer, sozinha, é uma aventura animal
Uma coragem desabitual
Melhor que cair acompanhada e olhar pra trás e não ver ninguém
Acordar sem querer
Cair sem querer
Dormir sem querer
Chorar sem querer
E agora o que fazer?
Construir um caminho que leve para outro lugar
Naquela subida não volte mais
Aqueles sonhos não sonhe mais
Era melhor nunca ter ido para lá
O caminho de antes era mais vazio, mas é nesse vazio que você pode confiar!

Comentários

  1. lembrei de um amigo que me dizia: como conhecer a luz se não conhece a escuridão?!
    belo texto.
    isso também passa. força e fé sempre pelo caminho!

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  2. É, sábio, Artórius, isso tbm vai passar! Como sempre. Mas a gente nunca sai ilesa, levam parte da gente e ficamos com parte diferente. :)

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    1. mas essa é a essência, né: levar um pouco e deixar um pouco também! :)

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