Sobre o amor, linhas tortas, páginas finais ou uma nova vida

O que a gente faz quando sabemos o futuro  
O que a gente faz quando não podemos  mudar
A sensação é impotente e deixa os braços dormentes
Tem cheiro de flores colhidas e reunidas.
Tem muita dor e pedaços de lágrimas
Tem veredito dado, mas é duro aceitar o fim, será o fim?
Quem pode decretar coisa assim?
Ele gosta das rosas plantadas no chão, no quintal ou na praça.
Ele gosta de folhas de chá, da terra, de ser útil...
Ele não deu valor a quem te gerou ou quem te deu vida...mas também não lhes deixou faltar amor, mesmo torto amor.
Sentiu muita dor causada por nós, como doeu em mim ter de escolher
Mas foi ele que escolheu assim, torto assim.
Ele escolheu experimentar, que droga...mais drogas.
Mas teve palavra e fugiu pro mundo, torto mundo
Ele escolheu as ruas e escolheu o céu ou relento, mas teve amigos ou amigas
Ele se escondeu atrás de uma pequena garrafa de plástico, ora escondida no teto, ora escondida ali dentro
Sentiu dor e frio, não sentimos sua ausência, só a presença
Foi se embora dentes, músculos, carnes e pele...
Foi se embora a vida e não foi a garrafa, foi a ausência de vida
Ele escolheu se machucar, ir ao médico e não voltar
Ele não teve forças pra gritar e que pena Deus sem ao menos poder respirar
Ele está lá sem saber se vai voltar, mas vendo aos poucos partir entre os dedos o ultimo sopro
Tem feridas na pele, no corpo, na alma
Pena Deus ele não terá a segunda chance...Será?
Que belo seria que a vida assoprasse e ele tivesse de novo a chance de escolher a vida, torta vida
E quem sabe poder se endireitar e cuidar daqueles que mesmo tortos o amou de forma torta e ainda reta, porque só o amor nasce onde pouco semeia e tudo brota, só o amor explica, desfaz e desentorta a vida, vida torta.


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